Produtores de leite de
vaca e de cabra de várias regiões do estado de Alagoas se reuniram, na manhã
desta terça-feira (17), para discutir o destino do Programa do Leite e os
problemas ocasionados pela redução dos recursos. O programa teve uma diminuição
no valor do repasse feito pelo governo federal de R$ 30 milhões para R$ 10
milhões, o que inviabiliza a entrega de leite para as mais de 80 mil famílias
beneficiadas em Alagoas. O fim do programa também vai prejudicar diretamente
500 trabalhadores.
"O programa do
leite é muito importante para a sociedade, principalmente para aquelas pessoas
que não têm condições financeiras e recebem o leite de maneira gratuita. Mais
uma vez o Governo Federal reduziu o recurso de Alagoas. O dinheiro só dá até
julho para pagar o produtor em dia. Depois disso, não conseguiremos
manter", afirmou Aldemar Monteiro, presidente da Cooperativa de Produção
Leiteira de Alagoas, ressaltando que o programa beneficia vários pequenos
agricultores.
O programa deve ir até
junho de 2019, segundo acordo firmado entre o governos estadual e federal, mas
com a redução do repasse, ele não será viável desde já. "Se Alagoas
decidir que o Programa do Leite é algo secundário no estado, nós iremos buscar
apoio em outros estados, como Sergipe, por exemplo", afirma Aldemar.
Maria de Sousa é diretora da Associação de Agricultores
Alternativos (AAGra) de Igaci e lamenta a situação em que o programa se
encontra atualmente.
"Foi uma
mudança na vida de muita gente. Só em Igaci são 26 famílias beneficiadas
diretamente na produção. Pessoas que deixaram de plantar fumo para produzir
leite. Se o programa acabar, essas pessoas não terão mais com o que trabalhar.
Isso vai provocar um êxodo rural e vai ser muito ruim para a população como um
todo", avalia.
As cooperativas de
Alagoas querem agendar uma reunião com o governador Renan Filho (MDB) para que
ele interceda junto ao Governo Federal com o objetivo impedir que o repasse
seja diminuído.
O secretário
estadual de Agricultura, Antônio Santiago se solidarizou com os produtores e
disse que a secretaria estuda alternativas para tentar manter o programa no
estado. "Estamos buscando alternativas dentro de Alagoas para ajudar os
trabalhadores. Sabemos da importância da produção e distribuição do leite.
Também fomos pegos de surpresa com esse corte no valor repassado pelo governo
federal", disse.
Entre as possíveis soluções apontadas pela secretaria está a
diminuição da quantidade de leite distribuída para as famílias. Atualmente, os
beneficiados recebem quatro litros por dia. "Talvez seja preciso diminuir.
Além disso, estamos vendo também quanto de dinheiro o estado pode
disponibilizar para que o programa continue pelo menos até receber os R$ 5
milhões do governo federal, que só serão repassados após a eleição",
analisa.
Notícia adaptada pela Equipe Capril Virtual com
informações GazetaWeb
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