CARTILHA APRESENTA DADOS SISTEMATIZADOS SOBRE AGROPECUÁRIA NO AMAZONAS


Conhecer a realidade local é fundamental para a tomada de decisão em qualquer área. Na agropecuária, que lida com fatores inconstantes como o clima, isso é ainda mais importante. Nesse sentido, o Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Amazonas (GCEA/AM) - coordenado pelo IBGE e que conta com a participação de diversas instituições - está oferecendo à sociedade, neste mês, um importante instrumento de informação: a Cartilha intitulada Dados da Produção Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas: Ano 2013.

O documento apresenta informações sobre a produção amazonense de forma diferenciada, já que, além dos dados, leva ao público análises e comentários sobre lavouras temporárias e permanentes, extrativismo vegetal, pecuária, produção animal e produtos madeireiros, assim como os preços médios pagos aos produtores. A Cartilha também apresenta o ranking dos municípios amazonenses quanto à produção e comparativos dos produtos em destaque no Amazonas com outros estados do País.
Os autores da Cartilha são Tiago Almudi, analista do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), e José Olenilson Pinheiro, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. As principais fontes das informações são os levantamentos realizados pelos escritórios do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) localizados nos 62 municípios do estado.

Segundo Pinheiro os dados sistematizados podem subsidiar as ações das instituições públicas e privadas de diversas formas. "Antes era muito difícil encontrar as variações de produção de um ano para outro no Amazonas. Esse documento traz isso e é possível usar as informações para apoiar ações de gestão. Um exemplo bem prático é a questão dos Programas de Aquisição de Alimentos. Ao ler essa cartilha, o governante pode entender como estão as culturas agrícolas no município e, juntamente com as instituições de pesquisa e extensão, atuar de forma direcionada para resolver um problema ou potencializar alguma cultura específica para atender a demanda desses mercados institucionais ou outros mercados", destacou o pesquisador da Embrapa.

Conforme o chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Marcelo Brum Rossi, o documento é importante para embasar o desenvolvimento do setor agropecuário no Amazonas, orientando a formulação de políticas públicas e estratégias de ações. "O propósito do grupo é aumentar a acurácia dos dados existentes, por meio do compartilhamento e discussão de informações que, de outra forma, estariam desagregadas e isoladas nos departamentos de suas organizações de origem. Além disso, o trabalho do grupo propicia a homogeneização dos dados existentes, permitindo que as organizações - públicas e privadas - passem a utilizá-los como subsídios em suas tomadas de decisão", destacou Rossi.
O analista do IBGE, Tiago Almudi, ressalta que a Cartilha também é importante para destacar o trabalho do Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Amazonas. "A importância da cartilha remete a chamar a atenção da sociedade para as características da produção agropecuária no Amazonas, estimulando assim o debate e a possibilidade de surgimento de fontes de informação mais acuradas e com maior detalhes através desse debate e divulgação da existência do grupo. Lembrando que o grupo é acessível não apenas ao público acadêmico mas à sociedade como um todo. Estamos abertos a contribuições e a discutir possibilidades de melhoras e de retratar a realidade da produção agropecuária no Amazonas com maior precisão e abrangência", disse.

Culturas regionais
Outro diferencial da Cartilha é que ela apresenta informações não levantadas em outras publicações oficiais do governo federal ou de outras instituições, como análises sobre frutos regionais que têm importância no contexto amazonense, mas que não ganham destaque em outros documentos relacionados à produção agrícola no Brasil.
"Antigamente não tínhamos dados sobre a produção de açaí no Estado. Sabíamos que o extrativismo era o forte, com destaque para o município de Codajás, mas não tínhamos os indicadores. Ao analisar as informações, vemos que há um mercado aberto para o açaí cultivado, já que existem empresas de sucos, por exemplo, interessadas no produto. Então, esse documento traz dados que vão ajudar empresas ou a administração pública a entender melhor esses diferentes cenários", concluiu Pinheiro.
O GCEA/AM deve realizar a atualização da Cartilha anualmente, como forma de prover o Estado com informações importantes sobre o setor agropecuário.

Fonte: Capril Virtual


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