INSTITUIÇÕES E PREFEITURAS SE UNEM PARA MELHORAR O DESEMPENHO ECONÔMICO DA CRIAÇÃO PECUÁRIA NOS MUNICÍPIOS LOCALIZADOS ÀS MARGENS DO LAGO, NO RIO SÃO FRANCISCO, NA BAHIA
Uma aula no campo, em
cinco comunidades, para mais de 144 agricultores e agricultoras interessados em
livrar seus animais ovinos e caprinos das doenças que afetam a capacidade
produtiva dos rebanhos. Desta maneira, os coordenadores do Projeto Lago de
Sobradinho deram início a um novo formato de treinamento para melhorar o
desempenho econômico da criação pecuária nos municípios localizados às margens
do lago, no rio São Francisco: Sobradinho, Sento Sé, Casa Nova, Remanso e Pilão
Arcado.
Na "sala", ambientes dentro ou próximos a apriscos, a professora Sandra Mari Yamamoto, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), a aula, que se estendia por toda uma manhã, começava com a identificação de animais enfermos por variados tipos doenças, e seguia com explicações sobre cada uma delas, a troca de informações sobre formas de controle e de prevenção.
Na "sala", ambientes dentro ou próximos a apriscos, a professora Sandra Mari Yamamoto, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), a aula, que se estendia por toda uma manhã, começava com a identificação de animais enfermos por variados tipos doenças, e seguia com explicações sobre cada uma delas, a troca de informações sobre formas de controle e de prevenção.
A iniciativa pela
realização desses eventos é das instituições que coordenam a execução do
projeto: Embrapa Semiárido, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf),
Univasf e as prefeituras municipais. Mas a demanda decorre de solicitações
feitas pelos próprios agricultores e agricultoras durante uma jornada de
palestras sobre produção animal, realizada no final do ano passado, por ocasião
da Semana Itinerante e que reuniu centenas de agricultores daqueles municípios.
Melhoramento
Em Sobradinho, a aula a
aula aconteceu no dia 13 de abril e atraiu criadores e criadoras do entorno de
Tataui, onde o Governo da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e
Ação Regional (CAR), financia um programa que tem o objetivo de melhorar a
genética dos rebanhos ovinos do local.
A instituição
financiou, para a Associação Terra Forte, a construção do aprisco e a aquisição
de reprodutores da raça Dorper e matrizes sem raça definida (SRD). Os
associados irão receber, individualmente, oito fêmeas prenhes. Mas, têm o
compromisso de devolver quatro crias já do primeiro parto, que serão repassadas
a outros.
De 70 associados, 25
deles já receberam os animais melhorados. Ainda que disponham de irrigação para
produzir forragens durante todo o ano, a meta de aumentar o rebanho e a renda
tem sido comprometida pela disseminação das doenças.
De acordo com
diagnóstico da professora Sandra Mari com os animais mantidos nas baias do
aprisco dessa associação, vários apresentam sintomas de verminose. Outros
estavam acometidos de mastite, mereciam constatação do tipo "úbere grande,
mas, sem estar gestante", que só retarda as ações de controle e resulta na
perda de produção, de peso e de leite.
Ela alerta ainda que o
uso de produtos químicos para controlar verminoses deve ocorrer apenas em
situações estritamente necessárias. Isto porque em ovinos e caprinos esses
parasitas adquirem rápida resistência aos vermífugos. Muitas vezes, medidas de
manejo dos rebanhos são bastante importantes para evitar que os animais fiquem
doentes: alimentação adequada, realização de pastejo rotacionado, fazer
aplicação de medicamentos de apoio para animais com infestação severa, tais
como suplementos que contenham ferro e vitamina B12 (mínimo 3 aplicações, uma a
cada 48 horas).
Fitossanidade
O estudo acerca da
cadeia produtiva de ovinos e caprinos nos municípios do entorno da Barragem de
Sobradinho, contabiliza número expressivo de animais. Nesta área está
concentrado um rebanho superior a 800 mil cabeças, dos quais quase 53% de
caprinos, o que corresponde a 45% do rebanho do território do Sertão do São
Francisco e a mais de 14% do baiano.
Para o pesquisador
Rebert Coelho Correia, da Embrapa Semiárido, o desempenho zootécnico que
apresentam é "muito baixo". O estudo identificou como relevante a
necessidade de capacitação dos produtores nos aspectos fitossanitários da
criação pecuária, em decorrência do elevado percentual de propriedades com
animais afetados, principalmente, por miíases (bicheiras), linfadenite caseosa,
piolhos e verminoses.
"O problema afeta
a produtividade dos rebanhos, por consequência, a renda do produtor",
afirma o pesquisador que também coordena a execução do Projeto Lago de
Sobradinho.
Fonte: Capril Virtual
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