A actinobacilose,
também conhecida como “língua de pau", é uma doença infecciosa, crônica e
granulomatosa que acomete os tecidos moles, resultando no aparecimento de
piogranulomas com presença de drusas no seu interior.
Apresenta como agente
etiológico o Actnobacillus lingnieresii, que vive no trato digestivo. Trata-se
de uma bactéria susceptível às influências ambientais, não sobrevivendo mais de
5 dias na palha ou feno. Esta bactéria penetra e leva à afecção quando existe
uma lesão na mucosa oral, que pode ser resultado de traumatismo por alimentos
grosseiros.
Normalmente a doença
ocorre esporadicamente, sendo observados casos isolados, mas dependendo de
fatores epidemiológicos, podem haver surtos da doença.
A doença divide-se em
três formas: forma que afeta os linfonodos, forma lingual e forma pulmonar.
Estas lesões possibilitam a instalação do agente etiológico no local e alcança
os linfonodos regionais e outros órgãos, por via linfática ou hemática. A
partir do momento em que as bactérias atingem as camadas mais profundas, há o
estabelecimento de uma infecção local e o surgimento de uma reação inflamatória
aguda, que progride para a formação de lesões crônicas, do tipo granulomatoso
com necrose e supuração, liberando descarga purulenta para o meio exterior.
O quadro clínico típico
da doença é a forma lingual, caracterizando-se por glossite (inflamação da
língua), levando, consequentemente, a falta de apetite, sialorréia, dificuldade
de mastigação e de deglutição do alimento. Podem estar presentes lesões labiais,
palato, faringe, fossas nasais e face, os quais, quando difusas, levam a um
quadro clínico conhecido popularmente como “cara de hipopótamo”.
O tratamento é feito
com o uso de antibióticos à base de penicilina, sulfas ou estreptomicina,
administrada por via muscular, durante 5 a 7 dias, associada com solução de
iodeto de potássio a 10% na dose de 1g/12kg de peso vivo, por via intravenosa,
dose única.
A profilaxia dessa
doença é realizada através do isolamento de animais doentes, impedindo que
ocorra contaminação de alimentos devido à secreção de lesões, bem como evitar
uma dieta com alimentos grosseiros que podem causar ferimentos na cavidade
bucal.
Informações: Débora
Carvalho Meldau, médica veterinária.
Site Portal do Boer
Site Portal do Boer
Comentários
Postar um comentário